26.12.14

humanos, só humanos.

   serzinhos ansiosos
que mau digerem o que comem.
         sonolentos rancorosos
    que relutam pra acordar.
 
esses humanos, tão humanos,
      que eu só enxergo
   quando posso me ver.

  mordo as unhas pela busca
       do prazer e tomo a frente
pra esperar o alvorecer.

   sou humano, tão humano,
que não me caibo em minha
         patética pequeneza.

      mal sei ficar no mundo
            que dirá dentro de mim.
anseio pelo profundo e nem lembro
     do que já está aqui.

      não sei como se dá
a absorção do oxigênio, e
 ainda quero ficar com glórias
             de um gênio.

melhor hora não há.
        fazer aqui agora ser tudo
  desse mundo de cá.

humanos, tão somente humanos,
    confusos como se não soubessem
         de onde vem.

     perdidos como se nunca,
nem mesmo no limiar da morte,
       pensassem em algo além.

      não há do que se orgulhar,
compadeça ou deixe-se aquietar.
  pra ser humano, não tem vez,
                           não há como parar.

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