16.3.15

os que dançavam de vermelho

lá fora ardia ódio e intolerância.
desesperados pediam a perda
da própria voz.
cada gesto era de desamor.

um rio inundou uma cidade
encharcando a fé de rancor.
e este rio era um rio
de falsa esperança.

também por dentro homens ardiam
e seus motivos eram vários.
o meu, acanhado, era um:
desentedimento da incompreensão.

ardi de desesperança.

se o mundo me refleti,
devo estar bem confuso.
por sorte restam os olhos pra ver,
e essa vista é sempre livre.
 
e o que vi ninguém me tira.
vi de perto e pude sentir,
na despretensão do gesto livre,
os que dançavam de vermelho.

o que conto é o que resiste.
conto que aconteceu um encanto,
naquele encontro sincero com
os que dançavam de vermelho.

havia ainda os que dançavam de vermelho.

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